O aluno Rafael Arcanjo, do curso de Educação Física da FAIMI, deixou a curtição de carnaval de lado para passar 100 horas correndo em uma esteira. A repercussão foi tão grande que o Globo Esporte acompanhou os quatro dias em que Rafael passou sem dormir, apenas parando de correr por breves intervalos para idas ao banheiro e alimentação. “Isso foi um treino, pois estou me preparando para ultramaratonas e pretendo quebrar recordes mundiais. O trabalho foi todo voltado para isso, eu queria desafiar os limites do meu corpo, saber até onde ele aguentaria”, contou o atleta. Em novembro do ano passado, Rafael disputou uma prova de ultramaratona no Parque Lagoa do Taquaral em Campinas com duração de 24 horas e conquistou a quarta colocação de sua categoria. Agora, no final de 2013, ele pretende repetir o feito da esteira com o acompanhamento oficial do Guinness Book e registrar seu primeiro recorde mundial. Além disso, ainda para o final deste ano, ele também anseia em quebrar o recorde do ex-soldado britânico Mike Buss que, com 35 anos de idade, correu 832,4 km na esteira em sete dias, parando apenas duas horas por dia para dormir e alguns intervalos curtos para alimentação. Mas ser atleta não era o sonho de Rafael até alguns anos atrás. “Quando eu era mais novo, tinha uma rotina completamente diferente. Apesar daquelas coisas de moleque, andar de skate, eu não fazia exercício físico constantemente, era quase sedentário. Eu era tão magrelo que cheguei a ser motivo de chacota na escola. Entrei na academia com 17 anos para tentar mudar meu corpo, mas malhava pouco, nada fora do normal”. Rafael antes do curso de Educação Física, fez três anos de Arquitetura e Urbanismo e trabalhava em uma distribuidora de materiais cirúrgicos. Porém, o trabalho era estressante e não o satisfazia, o que o levou a um leve quadro de depressão. O esporte foi o que trouxe a motivação e o prazer de volta à vida dele.
“Em 2008, quando eu tinha entre 19 e 20 anos, foi o ano das olimpíadas de Pequim. Lembro-me de estar na academia malhando no dia em que ia passar a final da prova de 100m. O pessoal se reuniu em volta da tv para assistir Usain Bolt quebrar os recordes mundiais na prova de 100m e 200m. Naquele momento, o mundo inteiro passou a saber quem era ele e eu pensei ‘porque esse não pode ser eu?’”. O atleta Usain Bolt foi a primeira pessoa que influenciou Rafael a repensar suas escolhas e largar seu estilo de vida para se tornar um atleta. “Foi difícil largar um bom emprego, os estudos. Minha família criticou muito: disseram que ser atleta não ia me levar a lugar algum. Mas era o que eu queria então eu prossegui”. Rafael também contou que pensava estar velho demais para começar a treinar, mas ganhou incentivo vendo o atleta brasileiro Claudinei Quirino que começou a treinar com 26 anos e, mesmo assim, se sobressaiu nos Jogos Pan-Americanos e nos Campeonatos Mundiais. Atualmente, com 24 anos de idade, Rafael passou a treinar para Triathlon, um esporte que engloba natação, ciclismo e corrida, e diz estar se preparando para o Ironman e Ultraman de Triathlon de 2014 no Havaí. Como essas modalidades não fazem parte das olimpíadas, ele sonha em carregar a tocha na abertura dos jogos de 2016 no Brasil. “Se eu quebrar o recorde mundial do meu maior ídolo, Dean Karnazes, de correr 563 km sem parar, isso poderá acontecer”. Quando questionado se esse era seu maior foco, ele ainda respondeu: “Para os próximos três anos? Sim. Mas, meu maior sonho, o que me fará sentir um homem realizado, é dar a volta ao mundo correndo”. Quanto às partes marítimas, Rafael pretende atravessá-las nadando e tudo isso planejado para daqui a 10 anos. “Como disse Napoleão Bonaparte: 'a vitória cabe ao que mais persevera', perseverança é uma qualidade muito forte e eu me considero perseverante”.
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