quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

I roda de conversa sobre a prática educacional.


Na última quinta-feira, 31 de janeiro, realizou-se a primeira roda de conversa entre os professores da FAIMI de Mirassol organizada pelos coordenadores Luzia de Fátima Paula, do curso de Pedagogia, Maria Teresa Martins, do curso de Letras e Celso Tucci, do curso de Administração. Com o intuito de promover discussões sobre a prática pedagógica no universo do ensino superior, os professores, dispostos em dois grupos, foram convidados a expor suas experiências em sala de aula e, a partir desta troca de informação, formular um novo modo de exercitar sua prática pedagógica. O tema escolhido para esta primeira reunião, “Educar é uma especificidade humana”, foi baseado na obra Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire. O encerramento aconteceu no auditório com a exibição de trechos do documentário Educacion Prohibida que propõe um questionamento das lógicas da escolarização moderna, mostrando diferentes experiências educativas não convencionais e uma proposta da criação de um novo modelo educativo.



De onde surgiu a ideia de criar essa interação entre os professores?
Luzia: Nós sempre falamos sobre a falta de uma abordagem em relação às questões pedagógicas na faculdade, trocamos algumas ideias sobre o assunto, mas nunca tínhamos formalizado. Ainda é um projeto em andamento, mas nessa primeira reunião começamos uma discussão sobre a educação considerando os seis cursos que temos atualmente na faculdade e as dificuldades e facilidades dos professores em cada um deles.

Qual é o principal propósito dessa roda de conversa?
Luzia: Acima de tudo, interagir e trocar experiências. Cada um dentro de sua sala realiza trabalhos muito significativos, acertam e erram. Mas acabamos não trocando ideias que possam trazer melhorias. Essa foi uma maneira que encontramos para pensarmos sobre essas questões.

Pode-se confiar que uma diferenciação da metodologia utilizada para dar aula aumenta a participação e a interação dos alunos?
Maria Teresa: Acredito plenamente na eficácia de uma metodologia pensada e repensada para o público e para a disciplina específicos. No nosso encontro, vários professores partilharam experiências que comprovam isso em várias áreas, tanto nas aulas de artes como nas de contabilidade ou planos de negócios.

Hoje em dia, encontramos muitos alunos desinteressados na educação. Você considera que grande parte do motivo seja a falta de estímulo por parte dos professores e do próprio aluno ou existem outros fatores externos que interferem?
Celso: Dizer que os alunos são desinteressados na educação não é uma verdade. O desinteresse vem de uma escola conteudista, quase policialesca com grades, disciplinas, provas, inspetores de alunos e diretores que quase beiram ao delegado de polícia, aliás a educação tem seus delegados... os delegados de ensino. O que caracteriza a crise da educação, este desinteresse como dito, é que a escola fala muito pouco do mundo do aluno. O aluno não se enxerga na escola e nas coisas que nela são ensinadas. Trazer a realidade, o dia a dia do aluno para dentro da sala de aula, pode ser a solução para este problema. Em minha prática profissional já tentei estas alternativas, muitas vezes interrompidas pela própria estrutura atual da escola que insiste em se manter no século dezenove.

Você acredita que essa troca de experiências entre os professores pode ajuda-los a criarem novos estímulos para seus alunos?
Maria Teresa: Sim e não só entre os alunos, mas entre os demais professores. Penso que as discussões foram muito produtivas, uma prova disso, é que a maioria dos presentes disseram ao final que gostariam de mais tempo para falar e trocar experiências. Isso é ótimo, pois mostra que há o desejo de debater, nos resta nos apropriarmos desse desejo e criar as situações de troca. Rumo à II Roda de Conversa!

Confira os vídeos da noite:







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